IA nos negócios: como explorar os impactos positivos em longo prazo?
*Por Adilson Batista, fundador da Adbat, consultoria de transformação de negócios, e especialista nas áreas de marketing e inteligência artificial
Não tem como negar que a inteligência artificial (IA) trouxe à tona uma força transformadora para a era digital, moldando radicalmente a forma como os negócios (e as pessoas) operam, interagem e prosperam. Com sua capacidade de analisar grandes volumes de dados, identificar padrões complexos e aprender continuamente, a tecnologia está impulsionando a inovação em todas as indústrias. Lado a lado à integração em diversas áreas de uma empresa, benefícios e desafios emergem na mesma proporção.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, que fez um profundo estudo sobre o impacto da inteligência artificial nos negócios, mais de 60% das atividades de uma empresa podem mudar até o ano de 2026. Um montante superior a 40% dos profissionais que exercem atividades cognitivas, ou seja, trabalhadores qualificados, podem perder seus trabalhos. O impacto das mudanças já está movimentando países desenvolvidos como EUA, China, Canadá e nações da Europa. O Brasil, por sua vez, também já sente os efeitos dos novos tempos, sobretudo em áreas como marketing, vendas, serviços e comércio.
Por que apostar nessa revolução?
À medida que avançamos rumo ao futuro do trabalho, grandes marcas estão cada vez mais atentas ao papel transformador da IA. Mas o que exatamente muda quando as empresas incorporam a tecnologia em suas operações?
Otimização de tempo e eficiência operacional: a IA permite a automação de tarefas rotineiras e repetitivas, liberando recursos humanos para se concentrarem em atividades de maior valor agregado. Por exemplo, sistemas de IA podem automatizar processos de atendimento ao cliente, análise de dados e até mesmo simplificar a elaboração de campanhas de marketing em poucas horas, o que antes levava em média duas semanas.
Transparência das informações: ao adotar a inteligência artificial, as organizações conseguem digitalizar atividades que eram feitas de forma manual. Essas informações passam a fazer parte de um grande banco de dados acionáveis, ou seja, que podem ser utilizadas para tomadas de decisões muito melhores. Assim, é possível aumentar a confiança, facilitar a identificação de vieses e ainda garantir conformidade regulatória.
Economia de custos: com as tecnologias certas, qualquer negócio pode ainda otimizar a alocação de recursos, reduzir o desperdício e melhorar a produtividade em toda a cadeia de valor. Isso pode resultar em economias significativas de custos e, consequentemente, em vantagem competitiva sustentável.
Personalização avançada: as empresas ainda podem analisar o comportamento do cliente e oferecer produtos e serviços altamente personalizados. Desde recomendações de compras até campanhas de marketing direcionadas, a IA permite atender às necessidades específicas de cada cliente de maneira mais eficaz, melhorando a satisfação e impulsionando as vendas.
Abordagem em três dimensões: diferença entre sucesso e fracasso
A transformação digital e a IA têm bastante sinergia principalmente na forma como podem ser implantadas numa empresa. A maneira correta, que garante a assertividade das ações, baseia-se em uma abordagem com três dimensões. Isto é, envolve pessoas, processos e ferramentas.
Pessoas: aqui é necessário trabalhar a mentalidade da equipe, focando na mudança da cultura da empresa, com treinamentos e materiais de estudo e exercícios práticos, até mesmo casos reais de companhias que tiveram êxito na iniciativa de implantação, ou fracassaram tentando. É preciso entender o porquê, quando e como usar a inteligência artificial e ainda onde aplicar as ferramentas e os processos. Para se ter ideia, essa parte da iniciativa representa o peso de 60% de todo o trabalho.
Processos: nesse momento, é ideal fazer um mapeamento, entender os pontos de fricção e desenhar processos novos, partindo da jornada atual rumo às etapas futuras.
Ferramentas: fase para definir o conjunto de recursos que passarão a ser usados pela equipe. É a hora de padronizar, configurar, integrar sistemas e treinar os usuários, privilegiando ainda o devido tratamento aos dados sensíveis.
Fato é que os negócios que abraçam a IA como parte estratégica, integrando sistemas, ações e colaboradores, estarão bem-posicionados para prosperar na economia digital do século 21, impulsionando ainda a inovação e a eficiência e entregando valor excepcional aos clientes. No entanto, para alcançar todo o potencial em pauta, é essencial adotar a abordagem certa a fim de garantir benefícios amplos e contínuos.
*Adilson Batista é fundador da Adbat, consultoria de transformação de negócios, e especialista nas áreas de marketing e inteligência artificial – e-mail: adilsonbatista@nbpress.com.br.
Sobre Adilson Batista
Nascido em 1976, na cidade de São Paulo, Adilson Batista é um profissional que une três diferentes capacidades no seu processo de trabalho: design, tecnologia e estratégia de negócios. Também é empreendedor serial. Passou por todo o ciclo do empreendedorismo em sua carreira, como fundador, CEO e executivo. Foi vice-presidente da Wunderman e diretor de estratégia digital da Young & Rubicam, atual VMLY&R. Hoje, segue à frente de sua empresa Adbat e de projetos voltados para negócios digitais. Para mais informações, acesse: https://www.linkedin.com/in/adilson/ ou https://www.adbat.com.br/.
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