Ibama autoriza Petrobras a iniciar perfuração na Margem Equatorial
O governador do Amapá, Clécio Luís, os senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, celebram a decisão, considerada histórica para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e do Brasil.
A Petrobras recebeu, nesta segunda-feira, 20, a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a perfuração exploratória na Margem Equatorial, região considerada estratégica para o futuro da produção de petróleo no Brasil.
A decisão, aguardada há 12 anos, contou com forte articulação política liderada pelo governador do Amapá, Clécio Luís, com apoio dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo defende que o projeto represente uma oportunidade de desenvolvimento sustentável para as comunidades amazônicas, sem comprometer a preservação ambiental.
“É um passo histórico. Queremos aliar tecnologia, respeito ao meio ambiente e oportunidades reais para o povo amapaense. É mais uma grande vitória do povo amapaense, fruto do empenho incansável de todos que vestem a camisa do Amapá", declarou o governador Clécio Luís (Solidariedade).
O Ibama só liberou a licença após adequações no projeto original da Petrobras, que havia sido indeferido em 2023. Com os ajustes, será construído um Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de grande porte em Oiapoque (AP), reforçando a estrutura já existente em Belém (PA). Além disso, o novo plano prevê o uso de três embarcações offshore (alto-mar, em águas profundas) para análise da fauna oleada e quatro barcos de apoio nearshore (próximos à costa, em águas rasas).
"É possível conciliar crescimento econômico e preservação ambiental, garantindo que os benefícios dessa atividade cheguem às populações locais e fortaleçam a soberania energética nacional", afirmou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Com a autorização, a Petrobras deve iniciar ainda neste semestre a perfuração no bloco FZA-M-059, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, em águas profundas, a aproximadamente 175 quilômetros da costa do Amapá. A operação será conduzida a partir do navio-sonda NS 42, já posicionado na área.
“Está se abrindo um novo horizonte para o futuro do nosso Estado e para a transição energética em todo o Brasil. Com segurança, responsabilidade e compromisso ambiental, as riquezas do Amapá vão transformar a vida do nosso povo. Que dia histórico”, celebrou o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
A Petrobras afirmou que a atividade seguirá os mais altos padrões de segurança operacional e controle ambiental, sob supervisão do Ibama e de órgãos reguladores locais. A empresa destaca que a Margem Equatorial tem grande potencial para ampliar as reservas nacionais de petróleo e gás, previstas para entrar em declínio a partir de 2031.
“O projeto tem potencial semelhante ao do pré-sal e é essencial para garantir uma transição energética justa. É o futuro da soberania energética", reforçou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial recuperável estimado na porção noroeste da Bacia da Foz do Amazonas é de 6,2 bilhões de barris de óleo equivalente, o que representa mais da metade das reservas provadas da Petrobras, atualmente em 11,4 bilhões de barris.
Conforme o Plano de Negócios 2025–2029, a Petrobras prevê a perfuração de 15 poços na Margem Equatorial, com investimento total de US$ 3 bilhões, sendo oito deles concentrados na Foz do Amazonas.
A expectativa da população amapaense — não apenas de Oiapoque, mas dos 16 municípios do Estado — é de que a iniciativa gere empregos, fomente investimentos em infraestrutura, promova a capacitação profissional e contribua para o desenvolvimento econômico, fortalecendo o papel estratégico do Amapá na economia brasileira.
Por Márcio Bezerra
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