• Macapá-AP, Segunda, 10 de fevereiro de 2025.

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De Afuá a Tartarugalzinho, cooperativa rompe barreiras para levar inclusão financeira a comunidades

De Afuá a Tartarugalzinho, cooperativa rompe barreiras para levar inclusão financeira a comunidades

Maria Silva é nascida e criada em Tartarugalzinho, município que fica a 228 quilômetros de Macapá, no Amapá. Na sua cidade, até dias atrás, havia apenas um correspondente bancário e nenhuma agência que prestasse suporte a ela ou aos demais municípios para obtenção de serviços financeiros. Para se ter ideia, todo mês ela precisava pegar um transporte “pirata” para ir a um banco da capital e conseguir sacar sua aposentadoria. São três horas de viagem de ida, mais três de volta a um custo de R$ 300.

Esse é um cenário vivido por muitas pessoas que vivem em cidades brasileiras que ainda não foram devidamente alcançadas pelos sistemas de bancos convencionais. Segundo dados do Banco Central compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mais de 18 milhões de brasileiros ainda não podem contar com atendimento em suas cidades e apenas 55,5% dos 5.565 municípios brasileiros possuem cobertura bancária.

Números grandiosos e que atraíram a atenção das cooperativas de crédito, que são instituições financeiras que oferecem aos seus associados um atendimento diferenciado. Elas estão trabalhando justamente para estar não somente nos grandes centros urbanos, como também para levar a natureza de seus serviços societários a essas pequenas comunidades que carecem de inclusão. Atualmente, são cerca de 800 delas espalhadas por todo o território nacional.

Marco Túlio Duarte Soares é presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Sicredi Integração Mato Grosso, Amapá e Pará, entidade vinculada ao sistema Sicredi, a primeira instituição financeira cooperativa do Brasil. Ele comenta a necessidade de que localidades pouco visadas sejam abastecidas pelo sistema financeiro. “É preciso levar essa inclusão para as comunidades que estão distantes. Muitas delas sofrem um impacto econômico e social muito grande por conta dessa carência, pois somente levando esse acesso é que é possível criar um ciclo de desenvolvimento virtuoso”.

O ciclo virtuoso que ele comenta nada mais é que o crescimento em cadeia que a cidadania financeira proporciona. Nos locais onde as pessoas têm acesso a serviços bancários, elas acabam também podendo desfrutar de iniciativas de crédito, promover negócios e, consequentemente, fazerem a economia local prosperar. Quando esse ciclo não existe, há um entrave. “Trata-se de uma questão social. E o cooperativismo tem essa como uma das metas principais, a promoção do bem-estar social como um todo”, pontua Marco Túlio.

Em Tartarugalzinho (AP) mesmo, agora há uma agência bancária, justamente uma do Sicredi. A estrutura foi aberta há poucos dias e na inauguração reuniu diversas pessoas que se disseram emocionadas por agora não precisarem mais fazer o longo deslocamento até Macapá para usar um caixa eletrônico. Dioneia Maciel, assistente social, confidencia que ficou contente em ver o Sicredi ser instalado na pequena cidade de menos de 18 mil habitantes.

“Isso é uma coisa que vai facilitar muito a vida de todos aqui, ter uma agência na nossa cidade faz toda a diferença. Antes era preciso se deslocar até Macapá ou uma cidade vizinha e isso tem custos. E como as pessoas aqui não tinham banco, elas nem sabiam mexer em nada. Agora elas vão poder ter educação financeira, pois o fato de ter uma estrutura aqui engloba muita coisa como o atendimento presencial, aprenderem a utilizar as ferramentas que existem hoje como Pix, por exemplo”, reafirmou Dioneia.

Cidadania financeira em Afuá, a Veneza Marajoara
Afuá é considerada como Veneza Marajoara, isso porque está localizada em uma região de várzea e, foi erguida em palafitas, tal como a Veneza Italiana. Para chegar até lá somente de barco ou avião. O diretor executivo da Cooperativa Sicredi Integração MT/AP/PA, Danilo Vicentim, pontua que estar presente em um ponto como este reforça a intenção da marca de, muito mais do que se estabelecer como uma entidade financeira, o Sicredi atua com um vínculo social, levando inclusão financeira com atendimento digno.

“A economia dessas cidades são ainda muito peculiares, mas podem ser trabalhadas e gerarem uma prosperidade muito maior com esse acesso financeiro que chega até elas. Quem tem um negócio em Afúa agora poderá pensar em ampliar seus negócios, contribuindo com o fluxo financeiro da cidade. Nossa visão é muito maior do que apenas ofertar dinheiro, queremos impactar em toda a estrutura da cidade”, disse Danilo Vicentim.

É o que inclusive também espera Maria Barbosa da Cruz, que tem 66 anos e mora em Afuá há mais de 20. Ela trabalha vendendo lanches e acredita que com a chegada do Sicredi ao município, a economia local vai vibrar mais forte. “Aqui está tudo muito devagar e espero que agora as coisas vão se movimentar. Teremos um atendimento com dignidade aqui e todos os trabalhadores vão sentir o movimento mais forte nos seus negócios. Acredito muito nisso, tanto que já trouxe outros 20 aposentados para se associarem ao Sicredi”.  

Por Thalyta Amaral

Jornalista DRT 0001878MT



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