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Como manter o equilíbrio entre tecnologia e humanização na educação
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Como manter o equilíbrio entre tecnologia e humanização na educação

O avanço tecnológico tem permitido um rápido aprimoramento da inteligência artificial em diferentes setores da economia e sociedade, inclusive na área de educação. Assim, de acordo com a 15ª edição da TIC Educação, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), sete em cada 10 estudantes de ensino médio já recorrem a ferramentas de inteligência artificial generativa — como ChatGPT, Copilot e Gemini — para realizar pesquisas escolares. Apesar da ampla adesão por parte dos alunos, apenas 32% receberam orientação dos professores sobre como usar ferramentas generativas em atividades da escola.

Para que o uso esteja em conformidade com os princípios da pedagogia atual, recentemente o governo de São Paulo permitiu que a IA seja utilizada para corrigir o dever de casa dos alunos da rede estadual. Mesmo sendo um projeto piloto, o mecanismo já atua em 5% das tarefas do 8º ano do fundamental e do 1º ano do médio, o que corresponde a cerca de 4 a 5 milhões de questões dissertativas num mês. Essa automação faz com que os professores tenham mais tempo de preparar aulas e encontrar melhores formas de compartilhar o conhecimento. 

Por um lado, a inteligência artificial tem proporcionado transformações irreversíveis à educação, uma vez que nunca tivemos tantas ferramentas disponíveis, desde ambientes virtuais de aprendizagem, até lousa digital e coletas de dados para identificar a maior dificuldade do aluno. Todos esses instrumentos potencializam o aprendizado por meio da realidade aumentada, a gamificação e a personalização do ensino com novas formas de engajamento. No entanto, apesar da facilidade, os desafios também aumentam, como a dificuldade de manter a atenção dos estudantes por longos períodos e a exposição prolongada às telas.

Durante a pandemia, muitos professores passaram a utilizar plataformas como Google Classroom, Kahoot, Canva, Socrative e outras, para tornar as aulas mais dinâmicas. Entretanto, foi justamente nesse período que se acelerou a digitalização. Um estudo feito pela Unesco mostrou que o uso indiscriminado de tecnologias pode reduzir a capacidade dos alunos de manter a atenção por longos períodos e prejudicar a construção de relações interpessoais, além de impactar a qualidade do sono. Tudo isso prejudica o aprendizado e a retenção de informações. Sendo assim, é preciso utilizar a AI como uma ferramenta de apoio e não como um substituto das interações humanas. 

O modelo passa a ser uma alternativa viável, quando bem estruturado. Isso porque ele permite que a AI seja um complemento do ensino presencial, acelerando tarefas cotidianas e pesquisas mais assertivas que permitem aos estudantes acessarem conteúdos de diversas fontes. No que diz respeito a otimização de tempo e aumento de produtividade, as ferramentas digitais possibilitam que grupos trabalhem em um mesmo documento, se organizando de maneira mais rápida e eficiente. A inteligência artificial abrange também estudantes com diferentes estilos de aprendizagem, utilizando recursos como legendas automáticas, tradutores e sintetizadores de voz tornam o ambiente mais acessível. 

No entanto, é necessário que o profissional passe atividades que não dependem de uma tela, criando momentos mais interativos e humanizados. Assim, as rodas de conversas, debates e tarefas que obriguem os alunos a usarem as mãos ajudam a desenvolver a oralidade, a escrita e a escuta ativa, por exemplo, além de reduzirem a dependência de dispositivos. É importante também mostrar que esse não pode ser o único recurso, fazendo com que comecem a utilizá-la com mais responsabilidade.

Por fim, ressalto que a tecnologia é uma aliada muito poderosa da educação, mas não substitui as relações humanas, uma vez que são a base do aprendizado significativo. Contudo, o desafio dos educadores está em manter um equilíbrio entre a interação presencial e a digital, e não em escolher um ou o outro. É fundamental encontrar um ponto de equilíbrio que potencialize a forma de ensino. Assim, no futuro, a sala de aula não será totalmente analógica, nem totalmente online, mas um ambiente mais inclusivo e tecnológico, permitindo aos alunos desenvolverem todas as suas habilidades.

*Maria Xavier é Gestora de Educação da Fluencypass, empresa que oferece o ciclo completo da fluência em inglês. Com especialização em Tecnologias Aplicadas à Educação pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é educadora especializada em educação básica.



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