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Brasil alcança 24,2 milhões de empresas ativas em 2025
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Brasil alcança 24,2 milhões de empresas ativas em 2025

De acordo com o Mapa Empresarial do segundo trimestre, 93,7% dos negócios brasileiros são microempresas.

O dinamismo empresarial do Brasil continua mostrando sinais de força. Em um contexto de transformação digital e simplificação administrativa, o país alcançou números recordes na criação de novos negócios durante 2025, consolidando um modelo econômico onde as micro e pequenas empresas são protagonistas e o espírito empreendedor faz parte da identidade nacional.

O mais recente Mapa Empresarial do segundo trimestre de 2025, apresentado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, oferece um panorama animador sobre a formalização e expansão do setor produtivo. De acordo com o relatório, o Brasil encerrou o período com 24,2 milhões de empresas ativas, das quais 93,8% são micro ou pequenas empresas, um dado que reforça seu peso estrutural na economia.

Entre maio e agosto deste ano, foram abertas 1,67 milhão de novas empresas, o que representa um aumento de 14,1% em relação ao mesmo período de 2024. Embora o número mostre uma queda de 9% em comparação com o primeiro quadrimestre do ano, o saldo líquido de aberturas foi amplamente positivo: 726.704 novos negócios. No total, 1.668.753 empresas iniciaram suas operações, contra 942.049 estabelecimentos fechados, consolidando a tendência de crescimento sustentado.

Além disso, foi revelado que o tempo médio para abrir uma empresa permaneceu em 21 horas. Estados como Piauí e Sergipe lideram a eficiência com apenas sete horas de média, enquanto São Paulo concentrou o maior número de registros, com 494.603 novas aberturas.

O mapa empresarial também mostra uma distribuição territorial mais equilibrada. Embora o Sudeste continue sendo a região mais dinâmica, o Nordeste e o Norte ganham participação no total de aberturas, um sinal de descentralização do empreendedorismo e fortalecimento das economias locais. Todas as regiões do país registraram saldos positivos entre empresas abertas e fechadas, o que demonstra que a criação de negócios é um fenômeno nacional, não restrito aos grandes centros urbanos.

Por sua vez, o setor terciário domina a estrutura empresarial brasileira. 82,2% das empresas ativas pertencem aos setores de serviços (53,6%) e comércio (28,6%), com atividades como promoção de vendas, comércio varejista de roupas e serviços de beleza liderando o ranking de registros.

Dentro desse universo, o Microempresário Individual (MEI) continua sendo o eixo da formalização. Os MEIs representaram 75,3% das novas empresas criadas no quadrimestre, com 1.257.036 registros, um aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2024. No total, o número de MEIs ativos atingiu 12.660.170, o equivalente a 52,3% do total de empresas ativas no país. Seu peso não é apenas estatístico, já que o regime MEI permite que milhões de trabalhadores independentes tenham acesso à formalidade, emitam notas fiscais e contribuam para a previdência social.

Outro dado digno de nota foi o desempenho das cooperativas, a única categoria jurídica que registrou crescimento em relação ao quadrimestre anterior. Foram contabilizadas 775 novas cooperativas, o que representa um aumento de 25,8%, evidência de que a economia colaborativa também ganha espaço no panorama empreendedor brasileiro.

Cabe destacar que o impulso empresarial se reflete, além disso, nos indicadores de emprego e produção. As micro e pequenas empresas representam 97% dos negócios ativos, geram sete de cada dez novos empregos formais e contribuem com 26,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Além dos dados econômicos, o crescimento empresarial está ligado a uma transformação cultural. No ano passado, por exemplo, o Monitor Global de Empreendedorismo (GEM) 2024 divulgou que a taxa de empreendedorismo no Brasil atingiu seu nível mais alto em quatro anos, passando de 31,6% para 33,4%. Em termos absolutos, isso significa que 94 milhões de brasileiros já possuem uma empresa, estão em processo de criação ou planejam fazê-lo no futuro.

Nesse cenário, o perfil do empreendedor brasileiro vem mudando. Hoje, os novos empresários são em sua maioria jovens entre 18 e 30 anos, motivados tanto pelo desejo de independência quanto pela busca de oportunidades. De acordo com o último estudo da Confederação Nacional de Jovens Empresários (CONAJE), 25% empreendem por um sonho pessoal, outros 25% por detectarem uma oportunidade e 18% para alcançarem maior autonomia. Apenas 9% o fazem por necessidade econômica, o que marca uma evolução em direção ao empreendedorismo por oportunidade e não por sobrevivência.

Entre os jovens de até 24 anos, 80% já haviam pensado em empreender antes dos 18 anos, e 33% fizeram algum curso específico na área. Muitos deles se associam a incubadoras de empresas, programas de inovação ou redes de investidores, o que está dando origem a uma nova geração de empreendedores mais preparados e digitalmente competentes.

No entanto, o entusiasmo não elimina os desafios. Os principais obstáculos externos identificados pelos empresários brasileiros são a alta carga tributária (48%), a burocracia (30%), a concorrência da informalidade (22%) e a complexidade legislativa (20%). A esses fatores somam-se a dificuldade de acesso ao crédito (20%) e a falta de um ecossistema empreendedor mais integrado (17%).

Em meio a isso, instituições como o Sebrae desempenham um papel fundamental na redução dessas lacunas. Por meio de programas de capacitação, assessoria e digitalização, o Sebrae apoia a profissionalização das micro e pequenas empresas, ajudando-as a melhorar sua gestão, adotar ferramentas tecnológicas e se adaptar às novas tendências do mercado.

Paralelamente, o acesso a empréstimos pessoais e linhas de crédito simplificadas tornou-se um recurso fundamental para muitos empreendedores darem os primeiros passos. Diante das dificuldades para obter financiamento empresarial tradicional, esses produtos financeiros representam uma alternativa ágil para cobrir investimentos iniciais, capital de trabalho ou compra de equipamentos, especialmente entre microempreendedores individuais que ainda não têm histórico formal de crédito.

Tendências de inovação para pequenas empresas

A inovação deixou de ser uma opção para se tornar o novo motor do crescimento das pequenas empresas no Brasil. Em um ambiente cada vez mais competitivo e digitalizado, repensar processos, adotar novas ferramentas e oferecer experiências diferenciadas não é mais um luxo reservado às grandes corporações, mas uma necessidade para garantir a sustentabilidade dos negócios em 2025 e 2026.

Instituições como o Sebrae vêm impulsionando essa transformação. Após os debates realizados no Web Summit Rio 2025, o Sebrae São Paulo compilou quatro tendências de inovação especialmente pensadas para pequenas empresas: práticas, acessíveis e capazes de gerar resultados reais.

A primeira tendência é a CX financeira, ou experiência do consumidor financeiro, que propõe simplificar a relação entre clientes e empresas em tudo o que envolve dinheiro. Desde os métodos de pagamento até o serviço pós-venda, busca-se oferecer processos mais claros, ágeis e humanos. Ferramentas como Pix, automação de cobranças ou atendimento via WhatsApp tornaram-se aliadas estratégicas para facilitar transações, fidelizar clientes e reduzir a inadimplência.

A segunda linha de ação é o Growth Hacking, uma estratégia nascida no ecossistema das startups que se adapta perfeitamente às pequenas empresas. Trata-se de crescer com criatividade e dados, testando hipóteses simples e medindo resultados constantemente. Na prática, isso implica incentivar recomendações entre clientes, melhorar a navegabilidade do site ou aproveitar ferramentas gratuitas como o Google Trends para detectar novas oportunidades de mercado.

Outra tendência importante é a união entre Inteligência Artificial (IA) e Experiência do Usuário (UX). Automatizar tarefas como respostas a perguntas frequentes ou lembretes de serviço permite ganhar tempo sem perder a proximidade. O desafio está em manter a empatia, ajustando as ferramentas de acordo com os comentários dos clientes e sempre respeitando as normas de proteção de dados da LGPD.

Por fim, surge a tecnologia para o bem-estar, um conceito que busca humanizar os negócios. Não se trata apenas de vender, mas de criar laços positivos com clientes e equipes de trabalho. Ações simples, como enviar mensagens motivacionais junto com os produtos ou incentivar pausas digitais dentro da equipe, fortalecem a cultura empresarial e a fidelidade do cliente.

Essas quatro tendências não apenas mostram o caminho para a modernização das pequenas empresas, mas também reforçam a base do empreendedorismo brasileiro: a capacidade de se adaptar, aprender e crescer mesmo em ambientes em constante mudança. Em um país onde as micro e pequenas empresas representam a essência da economia, a inovação se torna a ponte natural entre o sonho de empreender e a sustentabilidade do negócio, marcando o rumo do desenvolvimento produtivo que impulsiona o Brasil rumo ao futuro.

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by Robert Smith